Decidir entre comprar ou alugar um imóvel envolve mais do que simples números. Em 2025, esse dilema reflete tendências econômicas, perfis sociais e expectativas de futuro.
Hoje, 61,6% dos brasileiros vivem em domicílios próprios e quitados, enquanto 23% optam pelo aluguel. Esse perfil revela uma mudança significativa em oito anos, com aumento de 4,66 pontos percentuais na locação.
O Sudeste concentra 43,1% das moradias, seguido pelo Nordeste (26,3%) e Sul (15,1%). Há uma crescente preferência por apartamentos em grandes centros, ainda que as casas continuem predominando em áreas periféricas.
Para famílias de baixa renda, o aluguel chega a consumir até 48,1% do orçamento mensal, especialmente em metrópoles como São Paulo, onde o custo de vida é ainda mais elevado.
Entre 2020 e 2021, os imóveis valorizaram em média 3,5% ao ano, enquanto o aluguel subiu 8,2% ao ano. A proporção aluguel/preço do imóvel, ou yield, gira em torno de 5,1% anual.
Em 2025, a Selic está em 14,25%, impactando fortemente o custo do financiamento e o retorno de aplicações alternativas.
Na compra, há custos extras como ITBI, cartório, entrada de até 30% e manutenção contínua. No aluguel, a entrada e a burocracia são menores, mas há reajuste anual pelo IGP-M.
O horizonte de permanência é fundamental. Para até cinco anos, o aluguel costuma ser mais vantajoso financeiramente, permitindo diversificação de investimentos.
Entre oito e dez anos, o equilíbrio depende do valor do imóvel, taxas de financiamento e perspectivas de valorização. Acima de quinze anos, a compra tende a superar o aluguel, desde que os custos de manutenção sejam bem geridos.
O perfil do indivíduo também faz diferença. Jovens que valorizam mobilidade preferem alugar, enquanto famílias em formação buscam a segurança da casa própria. Investidores avaliam yield, vacância regional e liquidez do mercado.
Em cenários de Selic elevada, alugar e aplicar a diferença pode render ganhos adicionais. Com juros baixos, a compra financiada torna-se mais atrativa, reduzindo o custo efetivo do crédito.
No imaginário brasileiro, a casa própria é símbolo de conquista e estabilidade. No entanto, para a população de baixa renda, o aluguel consome grande parte do salário, reforçando desigualdades.
Mulheres em situação de vulnerabilidade ou violência doméstica enfrentam escolhas de moradia ainda mais delicadas, pois a instabilidade habitacional pode agravar riscos e dificultar o acesso a redes de apoio.
É essencial simular cenários personalizados, considerando:
Ferramentas digitais gratuitas permitem comparar o preço do imóvel com o aluguel anual. Se o resultado for superior a dois anos de aluguel, a compra pode ser mais interessante, dependendo do contexto econômico.
Não existe resposta única para todos. A escolha entre comprar ou alugar deve levar em conta o tempo de permanência, capacidade de investimento, perfil pessoal e cenário macroeconômico.
Ao ponderar vantagens, riscos e custos, você estará mais preparado para tomar uma decisão alinhada aos seus objetivos, construindo segurança financeira e bem-estar para o futuro.
Referências