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Custo Efetivo Total (CET): O Que Você Realmente Paga?

Custo Efetivo Total (CET): O Que Você Realmente Paga?

29/11/2025 - 03:19
Matheus Moraes
Custo Efetivo Total (CET): O Que Você Realmente Paga?

Entender o verdadeiro custo de um empréstimo é essencial para evitar surpresas e endividamento excessivo.

O que é o Custo Efetivo Total?

O Custo Efetivo Total (CET) é um indicador que revela o custo real de uma operação de crédito. Diferente da taxa de juros nominal, o CET engloba todas as despesas embutidas em um contrato, oferecendo ao consumidor uma visão completa do que será pago ao final de cada parcela.

Regulamentado pelo Banco Central via Resolução nº 3.517/2007, o CET deve ser apresentado em formato anual ou mensal. Isso facilita a comparação entre propostas de diferentes instituições e garante ao consumidor informação transparente e confiável.

Como o CET é Composto?

Para calcular o CET, são somados diversos elementos que incidem sobre o valor financiado. Entre eles:

  • Taxa de juros nominal – valor cobrado sobre o saldo devedor;
  • Tarifa de cadastro ou abertura de crédito (TAC);
  • Tarifa de administração, quando aplicável;
  • Seguros obrigatórios associados ao contrato;
  • Impostos, como o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras);
  • Outros encargos contratuais, por exemplo avaliação de bem, comissões ou taxas de garantia.

Mesmo que um banco ofereça uma taxa de juros mensal menor, tarifas adicionais e seguros podem aumentar significativamente o CET, tornando a proposta mais cara que a de concorrentes.

Diferenças entre Juros Nominais e CET

É comum confundir a taxa de juros nominal com o CET. Enquanto a primeira indica apenas o percentual aplicado periodicamente, o CET reflete a soma de todos os custos do contrato. Veja a seguir uma tabela comparativa:

Note que, apesar de o Banco B oferecer juros nominais mais baixos, o acúmulo de tarifas faz o CET ser maior, elevando o custo total do crédito.

Como Calcular o CET na Prática?

O cálculo do CET não se limita a uma fórmula simples, pois considera todos os fluxos financeiros do contrato. Em linhas gerais, podemos resumir a composição da seguinte maneira:

CET = Juros + Taxas + Encargos + Tributos + Seguros

Em muitos casos, o cálculo final corresponde à Taxa Interna de Retorno (TIR) do fluxo de pagamentos ao longo do período contratado. Abaixo, um exemplo prático:

  • Empréstimo de R$10.000,00;
  • Juros: R$2.400,00;
  • Custos adicionais (tarifas, seguros e IOF): R$750,00;
  • Valor total pago ao final: R$13.150,00.

Nesse exemplo, o CET resulta da divisão do valor total pago pelo principal e pela quantidade de períodos, obtendo-se a taxa equivalente anual ou mensal.

Legislação e Direitos do Consumidor

É direito do consumidor visualizar o CET antes da assinatura de qualquer contrato de crédito. Todas as instituições financeiras são obrigadas a informar esse indicador de forma clara e destacada na proposta.

A transparência na apresentação evita problemas futuros e garante que o cliente tomará decisões conscientes, comparando ofertas de maneira justa e equilibrada.

Diferenças em Modalidades de Crédito

  • Crédito consignado: costuma apresentar CET mais baixo, pois o risco de inadimplência é menor, mas é essencial avaliar tarifas ocultas.
  • Cartão de crédito e cheque especial: possuem CET elevado, com juros compostos e múltiplas tarifas.
  • Financiamento imobiliário: engloba custos como avaliação de imóvel, seguro habitacional e taxas de abertura de cadastro.

Recomendações para Comparar Ofertas e Evitar Surpresas

Para escolher a melhor proposta de crédito, siga estas dicas práticas:

  • Compare sempre o CET, não apenas a taxa de juros nominal.
  • Analise todas as tarifas e seguros inclusos no contrato.
  • Verifique a possibilidade de negociação de tarifas de abertura ou administração.
  • Considere a repactuação ou portabilidade de crédito para reduzir custos.
  • Mantenha um planejamento financeiro para evitar atrasos e multas.

Seguindo essas recomendações, você terá maior segurança na contratação e evitará surpresas desagradáveis ao longo do pagamento.

Conclusão

Entender o Custo Efetivo Total é fundamental para realizar escolhas financeiras conscientes. Ao incluir juros, taxas, seguros e tributos, o CET oferece uma visão completa do que será efetivamente pago.

Conhecendo e comparando esse indicador, você protegerá seu orçamento, negociará melhores condições e adquirirá produtos de crédito de forma segura e transparente.

Matheus Moraes

Sobre o Autor: Matheus Moraes

Matheus Moraes